Túmulos do meu Ser!

Lentamente aproximo-me do abismo! Sinto a tua mágoa mesmo tu não estando aqui! Estico a mão em teu auxílio, símbolo de eterno amparo. Nada nos corrompe o sentimento que emana do nosso espírito. Devagar, sento-me á janela do meu transporte e aguardo que o grande dragão de metal me deixe na entrada da minha cova. Nestes 15 minutos sou livre para mais uma vez te olhar no escuro, algures em todo o meu tempo que guardo angelicamente para ti! Não nos deixam as sombras, caídas, gravadas numa campa qualquer. Não me deixa a insónia inconvalescente, de te ter a meu lado. Perco-me uma, e outra vez nos meus medos pensados. Conhecia o futuro mesmo antes dele acontecer. A carta do cavaleiro anunciou-me a tua chegada , alguém que eu desconhecia. Agora reconheço:"que mera verdade". Imaginei várias noites quem seria o ser inigualável que iria irromper na minha morte, causar um turbilhão, tempestades na minha sorte. Devagar, fecho os olhos rebuscando a paz, o fôlego que me tiraste, devolvo-to, esperando que mo tires mais uma vez. Circular, empunha a lâmina que me fará sangrar, um amor indesejado, renegado, uma dor para alcançar. Revejo-me no escuro, e por fim encontro-te, absorto no teu cristal, punho de raiva. Nada conheces a não ser o medo, o medo de caminhar sobre as brasas que te magoam o coração abismal. Covardemente, abres o novo caminho que eu expio inconsciente na solidão. Mata, mata me a frieza com que abri este alçapão.