quarta-feira, maio 17, 2006

Pesadelo Constante

Ergui-me do meu sono absorto, em pânico, pelo que havia sonhado.Viajei até um mundo para mim, devasto, onde nada mais fazia sentido.Uma estaca que perfurava o meu coração dorido. Era um pesadelo, uma tortura.Vi-me dormir e o meu pai morrer, devido a um aneurisma, não sem antes fazer pela última vez o pequeno mas sentido ritual que abençoava todas as noites a minha alma amaldiçoada: tocar-me a cabeça levemente com os seus dedos e beijar-me a testa selando esta amargura. A cena, rapidamente, se passou para a manhã seguinte, manhã essa, fruto de mais um pesadelo que me absorveria os restos da minha essência. Como todas as manhãs em que acordava, caminhei lentamente até á sala, onde reinava um ambiente pesado, lutuoso, só conseguia ver os olhos chorosos da minha irmã e avó. Em soluços, procuravam dar-me a má nova.Disseram-me para ir á varanda, eu, que de entre elas havia sido sempre a mais forte, a que tinha aguentado sempre de frente as verdades mais assombradas; e ver o fim estranho, duvidoso da minha mãe.Encontrei-a sentada numa cadeira, com os olhos abertos, em direcção a um horizonte de uma outra dimensão, não a minha. Estava gelada, morta, em pedra. MORREU também devido a um aneurisma, mas nos seus momentos de morte, preferiu arrastar-se por entre a sala negra até á janela para poder morrer em contacto com a natureza e abraçar uma nova vida com o novo amanhecer. O seu olhar gelado e hirto assustou-me. Senti-me perdida no mundo, só como nunca antes. Não quero e rogo a tudo o que me é mais sagrado, que não me levem a minha mãe. É tudo o que me resta, e não conseguirei suportar de novo a dor de perder alguém...

4 comentários:

EyeOfHorus disse...

Minha querida, consigo imaginar (um pouco) dessa dor que sei que nunca irás esquecer e à qual, infelizmente, não foste poupada. Tudo na vida tem um início, assim como um fim.Lamento não ter p poder de fazer mais do que oferecer-te a minha amizade incondicional. Mesmo que às vezes te sintas desvanecer, acredita que no fundo do teu olhar se vê a fibra de que és feita. Acalma o teu sono, os pesadelos esfumam-se numa nova manhã.
Um beijo imenso

Daniel Lemminkäinen disse...

estranhas coincidencias... faz hj 5 anos da passagem do meu tio. foi das coisas mais dificies de suportar até hj, e a verdade... é que ainda não o suporto.

Sorrow_Leviathan disse...

cara nok nem me fales de derrames cerebrais pk de cada vez k me lembro dakeles 9 dias em k lutei para eskecer e tentar acordar dakele pesadelo, sinto-me morrer outra vez dentro de mim!infelizmente o meu pai nao foi poupado a operaçao,e pergunto-me o k mais poderia ter feito para k isto nao tivesse acontecido!so me arrependo de nao lhe ter dito um ultimo adeus, e e talvez a unica coisa de k me arrependa na vida

@eye of horus e dark capricorn: um muito obrigada pelo apoio!gra ta mesmo do fundo do meu coraçao\m/
infelizmente ng pode ser poupado a esta dor, sei k nalgum dia la terei de ficar sem a minha mae, mas so peço que nao seja agora!encontro-me talvez no meu estado amis angustiante desde ha 19 anos para ca e nao sei ate k ponto aguentaria isso!nao suporto seker a dor ao "falar" com alguem k ja morreu de cada vez k o visito no cemiterio!por mim nunca sera eskecido e todos os dias, todas as manhas, afrei sempre o mesmo ritual de o visitar no seu santo sepulcro!!!
bjs e abraços

Winterdarkness disse...

ò linda nem sei que hei-de dizer a não ser que estarei sempre aqui, a qualquer hora para tudo o que precisares" Quem me dera ser capaz de aliviar a tua dor mas por vezes as palavras parecem vãs...